EUA rejeitam responder publicamente a Brasil sobre espionagem
“EUA
rejeitam responder publicamente a Brasil sobre espionagem
No domingo, chanceler pediu esclarecimentos sobre suposta interceptação
de milhões de dados de brasileiros
O governo
dos EUA disse no domingo que não vai responder publicamente aos questionamentos
feitos pelo Brasil sobre espionagens realizadas no país. Questionado pela BBC
Brasil sobre a reação brasileira ,
o Departamento de Estado americano disse por e-mail que "o governo dos EUA
vai responder apropriadamente a nossos parceiros no Brasil pelas vias
diplomáticas e de inteligência. Não vamos comentar publicamente ou especificar
supostas atividades de inteligência. Como política, já deixamos claros que os
EUA obtêm inteligência estrangeira do tipo coletado por todas as nações."
Reuters
O ministro de Relações Exteriores do
Brasil, Antonio Patriota, pediu esclarecimentos aos EUA no domingo (foto de
arquivo)
Segundo
denúncia feita no sábado em reportagem do jornal O Globo, com base em
documentos coletados por Edward Snowden , o
Brasil teve milhões de telefonemas e mensagens espionados na última década.
No mesmo dia, o Itamaraty pediu
"esclarecimentos" ao governo americano e ao embaixador americano no
Brasil, Thomas Shannon, quanto à denúncia de que pessoas e empresas no Brasil
teriam sido alvo de espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA,
na sigla em inglês).
"O governo brasileiro
recebeu com grave preocupação a notícia de que as comunicações eletrônicas e
telefônicas de cidadãos brasileiros estariam sendo objeto de espionagem por
órgãos de inteligência norte-americanos", afirmou o Itamaraty, em
comunicado.
Denúncias
pelo vazamento de Snowden:
Monitoramento: EUA mantêm ampla base de dados telefônicos
Prism: EUA coletam dados de nove empresas de internet
Jornal: EUA podem usar dados de inteligência sem mandado
Denúncia: Reino Unido espionou autoridades do G20 em 2009
Guerra cibernética: EUA espionam computadores da China
Diplomatas: Europa exige respostas sobre supostos grampos dos EUA
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Segundo a nota, o governo
brasileiro "promoverá no âmbito da União Internacional de Telecomunicações
(UIT) o aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança das
telecomunicações e lançará, na ONU, iniciativas para proibir abusos e impedir a
invasão da privacidade dos usuários das redes virtuais de comunicação (...) que
protejam os direitos dos cidadãos e preserve a soberania de todos os
países".
Incômodo
diplomático
As
denúncias devem causar incômodo nas relações bilaterais, poucos meses antes de
uma visita de Estado que
a presidente Dilma Rousseff fará
ao presidente americano, Barack Obama, em Washington, em outubro.
Dilma já
criticara com veemência o incidente diplomático envolvendo o presidente
boliviano, Evo Morales, na Europa. Na semana passada, Evo teve espaço aéreo recusado em países
europeus , por conta de suspeitas de que seu avião presidencial
estaria abrigando Snowden. A presidente brasileira disse que o
"constrangimento" causado a Evo afeta toda a América Latina.
Snowden, que fugiu dos EUA após denunciar ao jornal
britânico The Guardian uma grande rede de espionagem promovida pela NSA, passou
por Hong Kong e foi visto pela última vez na área de trânsito do aeroporto de
Moscou . Seu passaporte foi revogado, e ele fez pedidos de
asilo a diversos países ( Brasil incluído ).
Três ofereceram abrigo a ele: Bolívia, Venezuela e Nicarágua .
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