Guerra Cibernética.
“12 de junho de 2013, em Guerra Cibernética, Relações Internacionais,
por Nicholle Murmel
O primeiro encontro para discutir os princípios do
combate ao cibercrime foi realizado entre os presidentes dos EUA, Barack Obama,
e da China, Xi Jinping, na última sexta (07). Dez dias depois, será a vez de
Obama abordar o assunto com o presidente russo Vladimir Putin.
As discussões vêm na esteira da
publicação, em maio, do primeiro documento sobre a aplicação do direito
internacional vigente para as guerras cibernéticas. O chamado Guia de Tallinn
foi elaborado por especialistas do Centro de Excelência em Defesa Cibernética
Cooperativa da Otan diante da atual incapacidade de identificar rapidamente e
com precisão a origem dos ataques.
As autoridades russas, e principalmente
os militares, reagiram com bastante cautela ao surgimento desse documento.
Apesar de o guia ter caráter meramente consultivo, Moscou considerou sua
divulgação como um passo para legitimar o próprio conceito de guerra
cibernética.
“No momento, o problema da segurança
cibernética é extremamente atual. Hoje, é especialmente importante impedir a
militarização do espaço virtual. Entretanto, o Guia de Tallinn é exatamente um
passo nesse sentido.”, disse o representante do Ministério de Defesa da Rússia,
Konstantin Peschanenko, antes mesmo da publicação vir a público.
No Ocidente, o Guia de Tallinn foi
assimilado de maneira bastante positiva. O professor de direito
internacional do Colégio Militar Naval da Marinha dos EUA, Michael
Schmitt, e uma série de outros especialistas destacaram que as suas principais
ideias coincidem com a posição de Washington, de acordo com a qual não seria
necessário criar novas leis para o ciberespaço.
Plataforma
para diálogo
Apesar de apoiarem questões jurídicas
divergentes, China, Rússia e EUA concordam que há necessidade de normas de
direito internacional que regulamentem as atividades no ciberespaço.
A representante do Ministério das
Relações Exteriores da China, Hua Chunying, declarou em março que as
autoridades de seu país estavam prontas para cooperar com os EUA em questões de
manutenção da segurança e transparência na Internet.
De acordo com o especialista do
Instituto Russo de Estudos Estratégicos, Aleksandr Bedritski, Moscou
também já havia iniciado um amplo debate internacional sobre questões
relacionadas à introdução de medidas de segurança no ciberespaço.
A Rússia também coopera com a
Organização Internacional de Cooperação Multilateral Contra Ameaças
Cibernéticas, uma divisão da União Internacional de Telecomunicações da ONU e a
Unidade de Luta Contra o Terrorismo da OSCE. No entanto, autoridades russas denunciam
a relutância de Washington em dialogar.
Sem
inocentes
Os EUA acusaram diversas vezes a China
e a Rússia de serem as principais fontes de ameaças cibernéticas. Em novembro
de 2011, o Departamento Nacional de Contraespionagem comunicou em seu
relatório ao Congresso dos EUA que hackers desses dois países tentavam penetrar
através da internet em servidores seguros que contêm informações de economia e
defesa.
Em fevereiro, a empresa norte-americana
Mandiant, que opera no campo da segurança na internet, acusou uma unidade do
exército chinês de organizar mais de 140 ataques de hackers direcionados,
na maioria das vezes, contra empresas envolvidas com o desenvolvimento
militar dos EUA.
A China negou repetidas vezes o seu
envolvimento em qualquer forma de ação no ciberespaço e informou sobre a
atividade cibernética americana na internet chinesa.
Depois da publicação, em fevereiro, do
relatório Exposing One of China’s Cyber Espionage Units, no qual a China é
acusada de ser a principal ameaça cibernética, a porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores da China afirmou que “tais especulações e acusações
infundadas parecem pouco profissionais e irresponsáveis e não ajudam a
solucionar o problema”.
Em contrapartida, os representantes do
Ministério de Defesa chinês declararam que os americanos promovem até 100 mil
ataques mensais a sistemas chineses”.
http://www.forte.jor.br/tag/eua/.
Acesso: 4/7/2013
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