"Demitidos da GM aceitam acordo proposto pela Justiça do Trabalho
Ex-funcionários receberão até sete salários adicionais e extensão do plano de saúde como indenização pela demissão
A novela das demissões da GM de São José dos Campos (SP) parece caminhar para um fim. Após assembléia nesta manhã, os funcionários da montadora aprovaram o acordo sugerido pelo Tribunal Regional do Trabalho que previa a extensão dos benefícios do Programa de Demissão Voluntária (PDV) aos demitidos. Estiveram presentes 200 trabalhadores e cerca de 95% disseram sim ao acordo, segundo Luiz Carlos Prates, o Mancha, secretário-geral do sindicato.
Na quarta-feira (21), o sindicato tem nova audiência com a GM no TRT, onde o acordo será homologado. Segundo o sindicalista, a GM já se mostrou de acordo com a proposta, o que deve evitar novos capítulos dessa história. No entanto, Mancha destaca que o sindicato deve permanecer de olho. “Legalmente, não temos mecanismos para reverter demissões, mas vamos continuar denunciando as montadoras que demitirem’, afirma.
Acordo
No acordo, ficam estendidos aos demitidos os benefícios oferecidos no PDV que a empresa abriu no segundo semestre do ano passado. Ex-funcionários receberão até cinco salários adicionais – sete no caso dos aposentados –, extensão do plano de saúde em mais quatro meses – 12 para os aposentados –, e pagamento total da previdência para funcionários que estavam a dois anos ou menos da aposentadoria.
Os afastados por doenças de trabalho, seqüelas de acidentes em serviço e há menos de 12 meses da aposentadoria serão recontratados.
Mancha afirma também que os demitidos terão preferência em novas contratações da GM. Atualmente, o sindicato negocia a contratação desses funcionários pela Chery, cuja fábrica de Jacareí deve entrar em operação no segundo semestre.
Segundo a montadora, não há nenhum acordo firmado, mas não há impedimentos para que haja essa preferência. No começo do mês, o ministro do Trabalho esteve na planta da montadora chinesa, onde conversou com o diretor-presidente da Chery, Luiz Curi. “A sugestão foi bem recebida pelos executivos. Continuarei acompanhando a situação desses trabalhadores para evitar mais demissões”, declarou o ministro na ocasião.
Histórico
Entre o Natal e o Ano Novo de 2013, 678 funcionários foram desligados da montadora por correspondência, durante o período de férias coletivas. De lá para cá, o sindicato se mobilizou, cobrando das montadoras uma contrapartida pelas políticas de desonerações do governo, que somaram cerca de R$ 6 bilhões. A montadora contra-argumentou afirmando que o acordo de manutenção dos empregos era setorial e, portanto, não havia nenhum rompimento com as contrapartidas exigidas pelo governo.
A discussão chegou a âmbito federal. A GM chegou a ser convocada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para prestar esclarecimentos. O Sindicato, por sua vez, foi até Brasília para exigir providências do ministro do Trabalho, Manoel Dias e cobrar uma agenda com a presidente Dilma Rousseff".
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