“Polícia Civil investigará
atuação da PM em protesto no Rio
O diretor do
Departamento Geral de Polícia do Rio de Janeiro, delegado Ricardo Dominguez,
que coordena as delegacias da capital fluminense, afirmou após os protestos
desta quarta-feira que a Polícia Civil vai abrir um inquérito para investigar a
atuação da Polícia Militar no confronto com manifestantes ocorrido em frente à
9ª DP, no Catete.
Um grupo de
cerca de 200 pessoas entrou em conflito com PMs no local, para onde foram
levados 29 detidos durante as manifestações desta quarta contra o governador
Sérgio Cabral. Representantes da OAB apontaram excessos da polícia, que usou
bombas de gás lacrimogêio e balas de borracha. Os tumultos começaram por volta
das 19h50, nas imediações do Palácio Guanabara, em Laranjeiras, Zona Sul do
Rio. O grupo estava reunido desde o fim da tarde na Praça São Salvador, no
mesmo bairro, e caminhou para o local para um protesto na sede do governo do
estado.
Pouco antes
das 20 horas, após serem lançadas bombas de gás, houve correria. Os
manifestantes caminharam acompanhados de policiais por todo o percurso, de
cerca de 500 metros, entre o ponto de concentração e o palácio. Ao chegarem
pela Rua Paissandu à Rua Pinheiro Machado, onde fica o prédio, eles encontraram
o acesso fechado. O grupo deu a volta para tentar chegar ao local pelo início
da Pinheiro Machado, onde também havia um bloqueio feito por policiais.
Depois dos
enfrentamentos perto do Palácio Guanabara, os manifestantes se dirigiram à 9ª
DP, para onde os presos no protesto haviam sido levados. Novos confrontos
ocorreram e vidraças da delegacia acabaram estilhaçadas segundo testemunhas,
pelas balas de borracha disparadas por PMs. No início da madrugada, todos os
detidos no local já haviam sido liberados.
O alvo do
protesto mais uma vez foi o governador Sérgio Cabral, que tem feito anúncios
recuando de decisões um deles, nesta quarta-feira, acaba com o poder das UPPs
de vetar bailes funk em favelas ocupadas pela PM.
Rocinha
Outro local
que se tornou tradicional de manifestações é a favela da Rocinha, de onde
desapareceu o pedreiro Amarildo de Souza, há mais de um mês. Um novo ato, que
teve início no fim da tarde desta quarta, reuniu cerca de cem pessoas e levou
ao fechamento da autoestrada Lagoa-Barra e os túneis Acústico e Zuzu Angel.
Mais cedo,
houve ainda outro protesto na cidade, desta vez de professores municipais que
estão em greve. Em uma caminhada pacífica, milhares de pessoas caminharam pelo
bairro de Botafogo, na Zona Sul, em direção ao Palácio da Cidade, sede da
prefeitura. Eles reivindicam reajuste salarial de 19% e concurso público para
novas contratações”.
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