“Guiné-Bissau
A
situação política deteriorou rapidamante após a morte do presidente Malam Bacai
Sanhá em janeiro, culminando com um golpe de Estado em abril. Em outubro, a
situação deteriorou ainda mais depois que um ataque teria sido lançado contra
uma base militar, exacerbando a já delicada situação humanitária e de direitos
humanos. As forças armadas cometeram impunemente várias violações dos direitos
humanos, como prisões e detenções arbitrárias, espancamentos e execuções
extrajudiciais. As liberdades de reunião, de expressão e de imprensa foram
severamente limitadas. Assassinatos de personalidades políticas e da área de
segurança, cometidos desde 2009, permaneceram impunes.
Em janeiro, o presidente Malam Bacai Sanhá faleceu após uma longa
convalescença. As eleições presidenciais realizadas em março foram vencidas
pelo ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior. Uma vez que ele não atingiu a
maioria absoluta dos votos, um segundo turno foi marcado para o fim de abril.
Dez dias antes do segundo turno, os militares deram um golpe de Estado, tomaram
controle da capital, Bissau, e prenderam o ex-primeiro-ministro e o presidente
interino. Duas semanas depois, os dois foram libertados da custódia militar e
mandados para o exílio.
Medidas repressoras foram impostas para sufocar as críticas ao
autoproclamado Comando Militar que assumiu o controle. Todas as manifestações
foram proibidas, e os soldados usaram a força para dispersar manifestações
espontâneas pacíficas. Os militares alegaram que suas ações deviam-se à
presença de tropas angolanas no país, de acordo com um acordo bilateral de
assistência ao treinamento e à reforma do setor de segurança. No começo de
maio, o Comando Militar e seus aliados civis chegaram a um acordo com a CEDEAO
para um plano de transição de um ano e para o envio de tropas da CEDEAO para
Bissau. Duas semanas depois, um presidente e um governo interinos foram
nomeados; porém, não foram reconhecidos pela comunidade internacional.
Em outubro, as autoridades alegaram que um grupo de soldados e de civis
havia lançado um ataque contra uma base militar nos arredores de Bissau, e que
seis dos responsáveis haviam sido mortos. As autoridades acusaram o
ex-primeiro-ministro de envolvimento no episódio. Na perseguição aos supostos
autores do atentado, os militares cometeram graves violações dos direitos
humanos”.
http://www.amnesty.org/pt-br/region/guinea-bissau/report-2013#page.
Acesso: 30/9/2013
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