“Cuba
“Aumentou a repressão a jornalistas independentes, líderes
oposicionistas e ativistas de direitos humanos. Segundo relatos, ocorriam, em
média, 400 prisões de curta duração por mês, e os ativistas que se deslocavam
das províncias para Havana eram frequentemente detidos. Prisioneiros de
consciência continuaram a ser condenados com base em acusações forjadas e a ser
detidos preventivamente.
Manifestantes pacíficos, jornalistas independentes e ativistas de
direitos humanos foram rotineiramente detidos por exercerem seu direito à
liberdade de expressão, de associação e de reunião. Enquanto muitos foram
detidos, outros foram submetidos a atos de repúdio dos apoiadores do governo.
- Em
março, ativistas de direitos humanos locais enfrentaram uma onda de
prisões. Antes e depois da visita do Papa Bento XVI, ONGs locais
registraram 1.137 detenções arbitrárias.
As autoridades tomaram uma série de medidas para impedir que os
ativistas comunicassem questões de direitos humanos, tais como cercar suas
residências e cortar as linhas telefônicas. Organizações cujas atividades foram
toleradas pelas autoridades no passado, como a Comissão Cubana de Direitos Humanos
e Reconciliação Nacional (CCDHRN), tornaram-se alvo de perseguição. Jornalistas
independentes que noticiavam as atividades de dissidentes foram detidos.
O governo continuou a exercer controle sobre todos os meios de
comunicação, e o acesso à informação por meio da internet permaneceu
problemático devido a limitações técnicas e restrições de conteúdo.
- Em
julho, Oswaldo Payá Sardiñas, um dos mais respeitados ativistas em favor
dos direitos humanos e da democracia, morreu em um acidente de automóvel
na província de Granma. Vários jornalistas e blogueiros que cobriam os
procedimentos judiciais relativos ao acidente foram detidos por algumas
horas.
- Roberto
de Jesús Guerra Pérez, fundador da agência de notícias independente
Hablemos Press, foi forçado, no mês de setembro, a entrar num carro em
que, segundo informou, teria sido agredido fisicamente a caminho de uma
delegacia de polícia. Antes de ser solto, disseram-lhe que ele havia se
tornado o "jornalista número um da dissidência" e que seria
preso caso prosseguisse com suas atividades.
Diversas medidas foram empregadas para deter ou penalizar as atividades
dos opositores políticos. Muitos que tentaram participar de encontros ou
manifestações foram detidos ou impedidos de sair de casa. Adversários
políticos, jornalistas independentes e ativistas de direitos humanos tinham
seus pedidos de visto para viajar ao exterior rotineiramente negados.
- Pela
19ª vez desde maio de 2008, a blogueira oposicionista Yoani Sánchez teve
negado seu visto de saída. Ela havia planejado viajar ao Brasil para
assistir à exibição de um documentário sobre blogueiros e censura, do qual
ela participara.
- Em
setembro, cerca de 50 integrantes da organização Damas de Branco foram
detidas quando estavam a caminho de Havana para participar de uma manifestação
pública. A maioria foi mandada de volta para suas províncias de origem,
onde foram libertadas; 19 pessoas foram mantidas incomunicáveis por vários
dias.
Em outubro, o governo anunciou mudanças na Lei de Migração que
facilitarão as viagens ao exterior, inclusive terminando com a obrigatoriedade
dos vistos de saída. No entanto, uma série de requerimentos, sobre os quais o
governo terá poder decisório, ainda poderão restringir a liberdade de deixar o
país. As emendas deveriam passar a vigorar em janeiro de 2013”.
http://www.amnesty.org/pt-br/region/cuba/report-2013#page.
Acesso: 30/9/2013
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