“Após juíza, promotora do caso Telexfree também
denuncia ameaça de morte
Mensagens foram
publicadas na página de Alessandra Marques em uma rede social
Vitor Sorano - iG São Paulo | 24/07/2013
13:24:11
Divulgação/TJ-AC
Alessandra Marques, do MP-AC: ameaça de morte
A promotora Alessandra Marques, do Ministério Público do Acre (MP-AC),
diz ter sido ameaçada de morte em razão das investigações contra aTelexfree . Em junho, quando as atividades da
empresa foram bloqueadas, a juíza que atua no caso também havia sido alvo de
mensagens semelhantes.
Alessandra, que
passou a receber proteção policial, não quis conceder entrevista.
A ameaça foi feita
na página da promotora no Facebook e o autor não usou de anonimato. Além da
proteção policial, o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) e o Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) serão comunicados, informou a assessoria de imprensa do
MP-AC.
O MP, porém, ainda
não determinou a instauração de um inquérito criminal para investigar o caso. A
Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Decco) também não foi informada oficialmente.
Pirâmide x marketing multinível
A Telexfree informa comercializar pacotes de telefonia via internet
(VoIP) por de uma rede de marketing multinível que conta com entre 450 mil a
600 mil pessoas. Para o MP-AC, porém, a empresa é uma fachada para o que o
órgão considera como possivelmente a maior pirâmide financeira já montada
no País .
No dia 18 de junho, a Telexfree foi impedida pela Justiça
de fazer pagamentos e cadastrar novos associados , por decisão liminar (temporária) da 2ª Vara Cível de Rio Branco (AC).
Alessandra Marques foi uma das responsáveis pelo pedido, juntamente com o
promotor Danilo Lovisero.
A promotora, então, passou a ser uma das vozes públicas da acusação. Em
10 de julho, foi ela quem anunciou o pedido de extinção da Telexfree e denunciou uma tentativa de desvio,
por parte dos sócios, de R$ 101 milhões dos recursos bloqueados . O advogado a empresa diz que as operações foram legais.
Divulgação/MP-AC
Reprodução das ameaças contra juíza Thaís, responsável pela liminar que
suspendeu os pagamentos da Telexfree
Responsável pela liminar que bloqueou os pagamentos, a juíza Thaís Khali
começou a ser ameaçada duas semanas depois da decisão, segundo o MP-AC. Ao iG , o marido de Thaís, Pascal Khalil,
contou que alguns dos responsáveis eram conhecidos de amigos .
No dia 28 de junho,
a Decco anunciou a abertura de um inquérito criminal, mas até esta quarta-feira
(24) não havia indiciados.
Protestos, reclamações e bloqueios
Os advogados da Telexfree têm tentado derrubar a liminar, mas já acumulam diversas derrotas no
processo . Uma nova tentativa pode ser
avaliada na segunda-feira (29), quando a 2ª Câmara Cível do TJ-AC analisa um
agravo de instrumento. O assunto, porém, ainda não está na pauta da sessão – o
que significa que pode ficar para a semana seguinte.
Paralelamente à
disputa judicial, os apoiadores da empresa têm recorrido a diversas formas de
pressão contra a decisão, entre protestos e reclamações a órgãos do judiciário.
Na última manifestação, ocorrida nesta terça-feira (23), um grupo fechou um dos acessos ao
aeroporto Juscelino Kubitschek , em Brasília, e
conseguiu ser recebido pelo procurador-chefe da República no Distrito Federal –
que prometeu "colher mais dados" sobre o processo. Em Rio Branco, em
junho, os manifestantes bloqueraram as pontes que dão acesso à cidade.
A Ouvidoria do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que não tem competência para atuar no caso
– exceto se ficar provada conduta inadequada por conta da Justiça do Acre –
recebeu, até esta terça-feira (23), cerca de 20 mil reclamações, quase o mesmo
número de todo o ano de 2012 sobre qualquer tema.
Divulgadores da
Telexfree também entraram com um mandado de segurança no Supremo Tribunal
Federal (STF), fizeram uma reclamação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e
outra ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Todos os pedidos foram
negados”.
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