Trabalhar
em melhores condições e ainda produzir mais tem sido realidade para um
número crescente de profissionais que adotaram o home office, também
chamado de trabalho remoto. E de olho nas vantagens do modelo para ambas
as partes, empresas e funcionários discutem como formalizar o trabalho a
distância, do ponto de vista trabalhista e de gestão.
“O
home office deixou de ser uma tendência e virou uma necessidade. Agora,
as empresas querem saber como adotá-lo”, comenta Marina Brik,
jornalista e consultora, convidada para tratar o tema do comitê de
Gestão de Pessoas da Amcham - Curitiba, na quinta-feira (18/07).
Marina
e o marido, André Brik, são fundadores do Instituto Trabalho Portátil e
do site go home, especializados no tema. Eles são autores do livro As
100 dicas do Home Office e estão prestes a lançar o título Trabalho
Portátil.
Ela
diz que o site passou a ser muito acessado por empresas que
demonstravam dificuldade para adotar o home office, apesar de muitos de
seus profissionais já fazerem atividades fora da base, por computador ou
smartphone. “Os principais mitos que se criaram, em função dessas
dúvidas, são de que o funcionário vai sumir do mapa, por não estar
debaixo dos olhos do gestor, e de que a empresa ficará vulnerável a
processos trabalhistas”, aponta.
Na prática
Além
das adequações jurídicas pertinentes ao RH, o importante, diz Marina, é
que se estabeleça uma plataforma de confiança entre gestores e
colaboradores, mutuamente. “Até porque há softwares de gestão remota
para cada função”, cita.
Outro
ponto é formular um plano de comunicação entre gestor e equipe para que
o funcionário não seja interrompido a todo momento, impactando na
produtividade, um dos pilares desse modelo de trabalho. Marina indica
reuniões presenciais de tempos em tempos, como a cada 15 dias, para que
não se percam vínculos.
Em
casa, é preciso que o profissional estabeleça regras junto à família,
para preservar a produção. “Ninguém vai comprar pão no meio do
trabalho”, brinca. Também é aconselhável que tenha um ambiente separado,
distante da rotina familiar.
Quem pode
Esse
modelo de trabalho é apropriado para profissões distintas, como as de
comunicação, tecnologia e de vendas. “Todo mundo que consegue levar seu
trabalho para outro lugar é candidato a home office”, resume a
palestrante.
Segundo
a consultora, ele interessa a todos os perfis: trabalhadores em estágio
sênior, que queiram se afastar do ritmo frenético das empresas;
profissionais da geração Y, acostumada a lidar com tecnologia e
remotamente; portadores de necessidades especiais e pais e mães com
filhos pequenos.
“A
atividade remota é possível não só para chefiados como também para
cargos de gestão”, acrescenta. É o caso de Andreia Pinto, gerente de
vendas da Volvo do Brasil, empresa que oferece o modelo chamado de
flextime, em que o funcionário trabalha na empresa ou em casa de acordo
com as necessidades.
Andreia,
que deu depoimento para o livro de Marina e participou do comitê na
Amcham, chefia 17 pessoas e se reporta a superiores no exterior, por
meio de conference call.
Vantagens
De
acordo com Mariana, as principais vantagens do home office são a
qualidade de vida, a autonomia do tempo e ser “dono do próprio negócio”,
quando o profissional não é vinculado a apenas uma companhia.
Para
as empresas brasileiras, os motivos para oferecer essa modalidade aos
colaboradores passam pela qualidade de vida (72,7%), solução para
limitação do espaço físico (60,3%) e alcance de metas de
sustentabilidade (19,8%), com base em dados de 2011 da empresa Hays
Recruiting.
O
home office, para Marina, é uma evolução do mercado de trabalho. “O
tempo é cada vez mais escasso, principalmente nas grandes cidades, e
valioso. Se há ferramentas de gerenciamento remoto, por que não usá-las?
É uma realidade em vários países do mundo e, além de fazer bem para o
funcionário, as empresas conseguem, assim, incluir e reter talentos que
não estariam em uma base fixa”, finaliza.
Fonte: Câmara Americana de Comércio
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