“Nós e Eles”
É interessante observar até aonde
vai esta colocação entre “Nós” e “Eles”, a
qual estimula a inevitável
divisão de nossa sociedade, além de pregar a
instabilidade e desarmonizar a
mesma como um todo. “Nós” faz referência a
grande massa da população, e
“Eles” as supostas elites, ou seja, a classe
privilegiada segundo a ótica de
alguns.
Esta colocação a esta altura da
situação em que vivemos é péssima para a
democracia, pois, dificulta a
governabilidade e provoca um distanciamento cada
vez maior do governo com a
totalidade da nação. Como realizar reformas se
este descompasso persistir, e se
as mesmas não forem realizadas, aonde iremos
parar, pois a crise hoje política
poderá desaguar em uma imensa crise social.
Como fazer as necessárias
correções na economia em um ambiente fragilizado e
conturbado, em que o “Nós” não se
entende com o “Eles”, mas também não
acredita no comando de quem foi
eleita prometendo mil maravilhas e não
conseguiu de forma alguma
cumprir, tornando a situação cada vez mais
complicada.
Isto posto, sem conseguir atacar
de frente o problema principal, o governo vai
tapeando com os acessórios, ou
seja, em um certo momento faz parecer que vai
em uma direção, mas em outro toma
o caminho contrário.
Desta forma, tanto o “Nós” como o
“Eles”, não querem ficar passivos diante de
um governo, sem rumo, titubeante
inseguro e que pode levar o país a maior das
desgraças. Precisamos
urgentemente de objetivos claros, seguros e que
efetivamente venham de encontro
aos desejos tanto do “Nós” como do “Eles”,
evitando desta forma um caos que
parece ser eminente.
José Augusto C. Filippo, Mestre
em Direito, com especialização em Filosofia
Política pela PUC/SP e Pós
Graduação em Ciência Jurídicas e Políticas pela
Universidade de Coimbra,
Portugal.
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