“Projeto subordina bancos ao Código de Defesa do Consumidor
Aguarda deliberação da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE)
projeto que caracteriza como relação de consumo as atividades exercidas pelas
instituições financeiras junto a terceiros, sujeitando-as às normas
estabelecidas no Código de Defesa do Consumidor (CDC — Lei 8.078/1990).
Conforme o autor do projeto (PLS 363/2014 — Complementar),
senador Pedro Simon (PMDB-RS), desde a promulgação do CDC que se discute a
legalidade da incidência das normas desse código nos serviços prestados pelas
instituições financeiras.
O código atribui a natureza de relação de consumo à atividade
bancária, financeira, de crédito e securitária,
mas essa norma tem sido questionada, explica Simon, pelo fato de a
Constituição determinar que somente lei complementar poder regular o sistema
financeiro.
Para acabar com as divergências a respeito do assunto, Simon
propõe incluir na lei que disciplina o sistema financeiro (Lei 4.595/1964) a
caracterização de relação de consumo para as atividades bancárias.
De acordo com o PLS 363/2014, seria incluído no artigo 17 da
lei um parágrafo deixando claro que “as atividades exercidas pelas instituições
financeiras ou a elas equiparadas, conforme definidas nesta lei, quando em
relacionamento com terceiros equivalem-se e caracterizam-se para todos os
efeitos legais a uma relação de consumo”.
O autor também quer explicitar na legislação que os bancos
estarão sujeitos não apenas às penalidades previstas na lei que disciplina as
instituições financeiras, mas também às aplicáveis pelo Código de Defesa do
Consumidor.
Simon considera a medida necessária para proteger o usuário
de crédito bancário, onde, em geral, “se impõe a vontade preponderante do
banqueiro ou dos entes bancários em sacrifício do tomador do crédito que,
necessitando de valores para utilização, nem sempre tem condições de impor ou
exigir igualdade no tratamento”.
Depois do exame pela CAE, o projeto segue para deliberação do
Plenário.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da
Agência Senado)”
Acesso: 27/01/2015
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