“Júri de Marcos Aparecido entra em seu terceiro dia


Caso Eliza | 24.04.2013
Renata Caldeira

A primeira testemunha ouvida, nesse terceiro dia de júri, foi o jornalista José Cleves da Silva.
A sessão de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o executor de Eliza Samudio, foi iniciada às 9h20 desta quarta-feira, 24 de abril, com a entrada do réu no plenário e registro de imagens pela imprensa. A primeira testemunha ouvida, nesse terceiro dia de júri, foi o jornalista José Cleves da Silva.


A testemunha, arrolada pela defesa, respondeu às perguntas da juíza Marixa Fabiane, dizendo que passou a conhecer o nome Marcos Aparecido através da mídia. Disse ainda não conhecer Bruno Fernandes e Luiz Henrique Romão, entre outros acusados nesse caso.

Foi dada a palavra à defesa. Indagado pelo advogado Ércio Quaresma, o jornalista respondeu questões relacionadas à sua profissão e ao teor das matérias que redigia. Informou ser o autor do livro “A justiça dos lobos”, cujo prefácio foi feito pelo deputado Durval Ângelo. Afirmou já ter sido acusado da prática de homicídio, tendo como vítima a sua esposa, e que o inquérito policial foi presidido pelo delegado Edson Moreira.


Informou que o delegado Edson Moreira encaminhou ao diretor executivo do jornal Estado de Minas, em 17 de janeiro de 2000, cópia do relatório do inquérito policial que o havia indiciado. Contou que foi procurado pela produção da Rede Globo para gravar entrevista para o Fantástico, dias antes da entrega do inquérito à Justiça. Prestou informações diversas sobre a investigação, laudos periciais, instrução processual, denúncia, absolvição por unanimidade e recursos julgados pelo Tribunal de Justiça de Minas.

Afirmou que por três anos consecutivos foi finalista do Prêmio Esso de Jornalismo com suas reportagens investigativas. Informou ser impossível descrever os prejuízos sofridos em virtude desse processo penal. Falou da atuação da imprensa à época, que exerceu um jornalismo oficial, ou seja, repetindo a fala das autoridades.

Declarou que após a morte da esposa, pediu ao procurador geral de justiça que indicasse um promotor para acompanhar as investigações, por temer que o caso não fosse investigado em função das reportagens que escrevia denunciando o envolvimento de policiais em atividades ilegais.

Informou que os rapazes envolvidos na morte de sua esposa foram assassinados antes do seu julgamento e tramitam nessa comarca inquéritos para apuração da morte dos mesmos. Informou que o processo em que figurou como réu transitou em julgado em 2009. E que ele, o seu filho e alguns jornalistas realizaram uma investigação paralela e chegaram aos responsáveis pela morte da sua esposa.

Em seguida, o promotor Henry Vasconcelos iniciou a inquirição da testemunha, indagando sobre a sua intimação para esse júri, sobre os nomes de promotores e juízes que atuaram no seu caso e sobre a propriedade da arma encontrada próximo ao local do crime. A testemunha Informou que o advogado Marcelo Leonardo, que fez a sua defesa, acompanhou todo o processo – do inquérito ao julgamento.

O advogado José Arteiro, assistente da acusação, também inquiriu a testemunha, ao que ela respondeu que compareceu a esse julgamento contra a sua vontade, coercitivamente, pois é muito difícil reviver o passado. Declarou conhecer o delegado Edson Moreira, tendo sido sempre bem tratado por ele”.


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