Absolvição de acusado de matar adolescente negro provoca protestos nos EUA.
“Absolvição
de acusado de matar adolescente negro provoca protestos nos EUA
Por iG
São Paulo | 15/07/2013
09:14 - Atualizada às 15/07/2013
14:08
Departamento de Justiça tentará enquadrar o vigilante George Zimmerman
por matar Trayvon Martin em 2012
Manifestantes foram às ruas nos
EUA no domingo (14) e na manhã desta segunda-feira (15) após o vigilante George
Zimmerman ter sido absolvido por assassinar um jovem negro desarmado. A maioria
dos protestos foi pacífica e pedia justiça para a família de Trayvon Martin, 17
anos, além de questionar o sistema legal.
A maior manifestação aconteceu em
Nova York, onde uma pequena marcha atraiu mais manifestantes e se transformou
em uma passeata de milhares. No domingo, o presidente dos EUA, Barack Obama,
pediu calma e reflexão após o veredicto. Ele reconheceu que o caso provocava
"fortes paixões", mas disse: "Somos uma nação de leis, e um júri
fez uma decisão."
O Departamento de Justiça afirmou
que investiga se Zimmerman pode ser julgado por outras acusações. O vigilante
havia sido acusado de homicídio duplamente qualificado por causa da morte do
adolescente em 2012.
Saiba
também: Vigia que disparou contra jovem negro vai a tribunal
A absolvição foi declarada na
noite de sábado, provocando protestos em diversas cidades americanas, incluindo
São Francisco, Filadélfia, Chicago, Washington, Boston, San Diego e Atlanta. Em
Nova York, na noite de domingo, uma multidão marchou pela Times Square
gritando: "Justiça para Trayvon Martin!"
Em Los Angeles, os manifestantes
bloquearam o trânsito e várias rodovias ficaram fechadas. Foram registrados
casos de violência, com manifestantes atirando pedras contra policiais, segundo
o LA Times.
A polícia tentou manter a
multidão em trajetos organizados, mas os manifestantes abriram caminho em
frente a escritórios na praça. "Eu sinto que se não intensificarmos (os
protestos) teremos problemas", disse Prince Akeem, 20 anos, morador do
Bronx. "Jovens negros são o alvo e temos que nos levantar, nos levantar
contra os policiais."
Rand Powdrill, 41 anos, disse que
foi a São Francisco marchar com outros 400 para "protestar contra a
execução de um adolescente negro inocente". "Se as nossas vozes não
podem ser ouvidas, isso terá que continuar", disse.
Muitos, incluindo os pais de
Trayvon Martin, disseram que Zimmerman teve um comportamento racista contra o
jovem. Zimmerman, cuja mãe nasceu no Peru, é identificado como hispânico.
Assista
ao vídeo sobre o caso:
Durante o julgamento, a família
de Martin manteve que o adolescente não era um agressor, e os promotores
sugeriram que ele estava assustado por estar sendo perseguido por um estranho.
Os advogados de defesa, no entanto, disseram que Martin bateu em Zimmerman e
batia a cabeça de Zimmerman contra o meio-fio e por isso o vigilante disparou a
arma.
O Departamento de Justiça abriu
uma investigação sobre a morte de Martin no ano passado, mas ficou de lado
durante o processo, permitindo que a corte do Estado desse prosseguimento ao
caso.
Em um comunicado divulgado no
domingo, o Departamento de Justiça disse que uma seção criminal da sua divisão
de direitos civis, o FBI e o gabinete local da promotoria federal continuam a
avaliar as evidências.
O departamento possui um longo
histórico em usar o código de direitos civis federal em um esforço para
condenar réus previamente absolvidos em casos cuidados na esfera dos Estados.
Mas na maioria dos casos, o réu não é condenado.
Alan Vinegrad, um ex-promotor
americano, disse que os procuradores "teriam que mostrar não somente que o
ataque fora injustificado, mas que Zimmerman atacou Martin por motivações
raciais".
O tribunal não divulgou o perfil
racial das seis pessoas que compuseram o júri, mas, segundo repórteres, o
painel era formado por cinco mulheres brancas e uma sexta aparentemente
histânica. Os jurados não falaram com os jornalistas após o veredicto.
Com BBC e AP”
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