Doze empresas buscam seguro contra terrorismo em três semanas
“Doze empresas buscam seguro contra terrorismo em
três semanas, diz Aon
Primeiro produto do
tipo no Brasil já tem dez pedidos de cotação com valores de até R$ 1 bi
Protestos no Rio em
junho: atos violentos aumentaram interesse por seguro contra tumulto
Autorizada pelo
governo há três meses, a primeira apólice brasileira de seguro contra
terrorismo atraiu a atenção de 12 empresas, de ramos tão variados como
infraestrutura e alimentação. Dessas, dez já solicitaram cotações à Aon, a
corretora do serviço, que pertence à seguradora AIG.
A expectativa é fechar o primeiro negócio na próxima semana, conta ao iG Keith Martin, analista internacional da Aon. O
executivo realiza uma palestra nesta quinta-feira (4) em São Paulo sobre o
produto.
"Recebemos
pedidos de cotação que vão de R$ 25 milhões a R$ 1 bilhão",
diz Martin, ressalvando que a AIG tem um limite de R$ 200 milhões por
contrato. Acima desse valor, o risco deve ser repassado a uma resseguradora.
Manifestações aquecem mercado
Algumas empresas
mencionaram a onda de protestos que se espalhou pelo País nas últimas semanas
como motivação para procurar a Aon, diz Martin. Isso porque, embora o objeto
central do serviço seja o terrrorismo, o seguro da AIG também prevê a cobertura
de perda decorrentes de tumultos e greves.
"A aprovação da Susep [ Superintendência
de Seguros Privados ] também é para uma cobertura que abrange
exatamente o tipo [ de risco ] presente nos
tumultos associados às manifestações."
O consultor avalia
que os eventos recentes, em conjunto com a elevação do risco prevista em razão
da Copa do Mundo e da Olimpíada, também têm ajudado a despertar o interesse do
setor público pelo produto. As dez empresas que já cotaram a apólice são
privadas.
"Nós temos conversas com empresas públicas e elas estão despertando
para o risco no contexto dos grandes eventos. E, obviamente, [ há um interesse ] oriundo do do movimento das últimas
semanas", diz Martin. "Ele não gerou nenhuma demanda específica, mas
é uma questão de tempo."
Lei antiterror
Outro fator que
pode impulsionar o mercado é a eventual aprovação do projeto de lei 4674/2012,
que inclui a definição de terrorismo na legislação brasileira, e tramita em
regime de prioridade na Câmara dos Deputados. Sua análise deve ocorrer no segundo
semestre.
No caso do produto
da AIG, por exemplo, o ato que causou dano ao segurado precisa ser reconhecido
pelo Poder Público como terrorista para possibilitar o pagamento da
indenização. A lei facilitaria tal reconhecimento.
A definição usada pela AIG no
contrato estabelece que terrorismo são ações cometidas com "propósitos
políticos, religiosos ou ideológicos", incluindo os que busquem
"influenciar qualquer governo" e/ou "tornar o público
temeroso". “
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