“Artigo: O
modelo brasileiro de financiamento de campanhas eleitorais
terça-feira,
10 de dezembro de 2013 às 16h52
Confira o
artigo do advogado Daniel Sarmento, professor adjunto de Direito Constitucional
da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ), e da advogada e mestranda em Direito Público pela UERJ, Aline
Osorio.
"Um dos
maiores desafios enfrentados atualmente por países democráticos é garantir a
independência das instituições políticas com relação ao poder econômico. Em
face desse desafio, o presente trabalho visa a analisar a constitucionalidade
das regras previstas na legislação para a admissão de contribuições a campanhas
eleitorais por parte de pessoas físicas e jurídicas, que foram impugnadas no
STF através da ADI 4.650, proposta pelo Conselho Federal da OAB. A tese que
será aqui desenvolvida é a de que as regras e critérios hoje vigentes
possibilitam e potencializam a influência deletéria do poder econômico sobre o
processo político e, nesse sentido, violam os princípios constitucionais da
igualdade, da democracia, da República e da proporcionalidade, subvertendo os
fundamentos do nosso Estado Democrático de Direito.
Com efeito,
a aplicação destas regras tem comprometido a igualdade política entre cidadãos,
possibilitando que os mais ricos exerçam influência desproporcional sobre a
esfera pública. Além disso, ela prejudica a paridade de armas entre candidatos
e partidos, que é essencial para o funcionamento da democracia. Não bastasse, o
modelo legal vigente alimenta a promiscuidade entre agentes econômicos e a
política, contribuindo para a captura dos representantes do povo por interesses
econômicos dos seus financiadores, e disseminando com isso a corrupção e o
patrimonialismo, em detrimento dos valores republicanos.
Nesse
sentido, é eloquente o quadro empírico do financiamento privado de campanhas
eleitorais no Brasil, ao evidenciar a crescente influência do poder econômico
sobre as eleições. Esta influência faz-se sentir, em primeiro lugar, no custo
estratosférico das campanhas eleitorais brasileiras. Nas eleições gerais de
2010, para se eleger, um deputado federal precisou, em média, de R$ 1,1 milhão,
um senador, de R$ 4,5 milhões e um governador, de R$ 23,1 milhões. A campanha
presidencial de Dilma Roussef, por sua vez, chegou a consumir mais de R$ 336
milhões. Estudos empíricos revelam ainda que as campanhas políticas vêm se
tornando cada vez mais caras. Se, nas eleições de 2002, os candidatos gastaram,
no total, cerca de R$ 800 milhões, em 2012, os valores gastos ultrapassaram R$
4,5 bilhões, o que indica um aumento de quase 600% nos gastos eleitorais. Não
há inflação ou aumento demográfico que justifique tamanho crescimento."
Para ler a
íntegra do artigo, clique aqui.
http://www.oab.org.br/noticia/26444/artigo-o-modelo-brasileiro-de-financiamento-de-campanhas-eleitorais
. Acesso: 11/12/13
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