Acusados de envolvimento na Chacina de Vespasiano são interrogados.

"Acusados de envolvimento na Chacina de Vespasiano são interrogados


Imprensa | 27.05.2014
Marcelo AlmeidaPortal JURIRéu é interrogado durante julgamento no I Tribunal do Júri do Fórum Lafayette
Estão sendo julgados hoje no I Tribunal do Júri do Fórum de Belo Horizonte os réus S.S.R., J.R.S., R.A.F.G. e R.M.S.. Eles são acusados de matar quatro jovens em fevereiro de 2012 e jogar os corpos no Bairro Jardim da Glória, em Vespasiano. O crime ficou conhecido na época como a Chacina de Vespasiano. A sessão é presidida pelo juiz Carlos Henrique Perpétuo Braga. O promotor Cláudio Maia de Barros representa o Ministério Público. A defesa é comandada pelo advogado Tiago Lenoir Moreira. O julgamento teve início às 9h15. O Conselho de Sentença foi formado por quatro homens e três mulheres.

Interrogatórios

Em seguida começou o interrogatório do réu S.S.R., já que acusação e defesa dispensaram todas as testemunhas presentes. Preso na Penitenciária Nelson Hungria, S., durante seu depoimento, admitiu ter ouvido o espancamento dos jovens, ficando do lado de fora do barracão, onde eles eram agredidos. Revelou ter visto as vítimas serem enforcadas e que só entrou no barracão para ajudar a carregar os corpos, sendo o mentor do crime, um traficante que já morreu e outras seis pessoas, dentre elas, o irmão mais novo de S.

S. contou que foi forçado a participar do crime, pois se sentiu ameaçado por aquele que seria o autor das mortes. Porém, disse estar arrependido por ter ajudado a carregar os corpos das vítimas, com as quais, segundo S., o verdadeiro autor dos assassinatos teria contas a acertar. Afirmou que, ao transportar os corpos para o carro, teve ajuda dos acusados R.A.F.G. e J.R.S.

Posteriormente foi interrogado o acusado R.A.F.G., que está preso atualmente no Ceresp Gameleira há dois anos e dois meses. Ele disse que foi obrigado a acompanhar o traficante até o barracão, onde estavam as vítimas, que, segundo ele, já estavam mortas. Por medo, ele ajudou a carregá-las até o carro. Em contradição a esse depoimento, R. afirmou que ao chegar no barracão os jovens ainda estavam vivos e que ele assistiu, inclusive, os seus enforcamentos. Contou que teve que vigiar o barracão para que as vitimas não fugissem além de ajudar a carregar os corpos. Não confirmou as histórias contadas nos interrogatórios anteriores e disse estar arrependido do seu envolvimento nos fatos.

Terceiro e quarto acusados

A sessão prosseguiu com o interrogatório do terceiro acusado, J.R.S., que está preso em Bicas II. Ele disse que tem envolvimento parcial nos fatos e que tem mais pessoas envolvidas nos crimes, mas tem medo de falar os nomes. Negou estar armado no dia dos acontecimentos. Confirmou sua participação nos fatos ao vigiar o barraco e no transporte dos corpos que foram levados no carro do acusado R.M.S. para local desconhecido do interrogado. Disse que após ajudar a carregar as vítimas foi para casa, tendo devolvido o carro ao réu R.M.S. depois que os corpos foram abandonados. Afirmou que o suposto autor do crime está morto. Revelou que seus depoimentos anteriores também não eram verdadeiros. Disse estar arrependido, mas que não se pode fugir da lei. Está disposto a pagar pelo que fez.

O quarto acusado, R.M.S., é o único envolvido que está solto e começou a ser interrogado no início da tarde. Ele, que responde pelo crime de ocultação de cadáver, negou qualquer participação nos assassinatos. Disse ter emprestado o seu carro sem ter ciência de que seria para transportar corpos. Negou ter contato com o suposto autor dos crimes. Contou ter sabido dos fatos apenas quando procurado pela polícia em 13 de março de 2012.

Os interrogatórios terminaram por volta de 13h30. O juiz deu intervalo até as 14h45, quando a sessão de júri foi retomada já com o início dos debates.

Denúncia

De acordo com o Ministério Público, no dia 22 de fevereiro de 2012, uma quarta-feira de cinzas, as vítimas, jovens entre 15 e 21 anos, foram para o barracão, conhecido como “Invasão”, local onde tinham costume de frequentar, no bairro Zilah Spósito, região norte de Belo Horizonte. Os acusados ficaram sabendo da presença dos jovens naquele local e também foram para lá. Segundo a promotoria, o grupo agrediu e matou os jovens com pontapés, socos e enforcamento, e depois levou os corpos no carro de um dos acusados e os jogou empilhados numa estrada erma, no município de Vespasiano.

S.S.R., J.R.S., R.A.F.G. foram denunciados por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. O acusado R.M.S. responde pelo crime de ocultação de cadáver.


Processo nº 1544779-37.2012.8.13.0024

Assessoria de Comunicação Institucional - Ascom
Fórum Lafayette
(31) 3330-2123"

Acesso: 27/05/2014

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Relações da ética com outras ciência: filosofia, moral, psicologia, sociologia, antropologia, história, economia, política, e o direito