"15 de agosto de 2012
Como um advogado pode se tornar professor?
Caro leitor,
Na semana passada realizei uma pesquisa com alunos do 6o semestre do Curso de Graduação em Direito onde leciono (Direito Unisal Lorena - Centro Universitário Salesiano de São Paulo). A pesquisa versa sobre experiências forenses no estágio e expectativas profissionais. Logo mais publico os resultados. Me chamou a atenção que nas 4 salas pesquisadas pelo menos 5 alunos (ainda no terceiro ano da faculdade) apontaram como desejo profissional número 1 ser professor!
Na semana passada meu "primo" de Twitter @Orabelo me enviou um email pedindo minha opinião sobre um currículo que ele havia formatado para encaminhar a uma instituição de ensino. Hoje meu colega do Twitter"Direitoem60Segundos" me mandou uma DM perguntando também sobre o seguinte assunto: como um advogado pode buscar a carreira docente...
Então, em homenagem aos alunos do Direito UNISAL Lorena e aos colegas do Twitter, resolvi escrever essa postagem. Espero que seja útil!
Na semana passada realizei uma pesquisa com alunos do 6o semestre do Curso de Graduação em Direito onde leciono (Direito Unisal Lorena - Centro Universitário Salesiano de São Paulo). A pesquisa versa sobre experiências forenses no estágio e expectativas profissionais. Logo mais publico os resultados. Me chamou a atenção que nas 4 salas pesquisadas pelo menos 5 alunos (ainda no terceiro ano da faculdade) apontaram como desejo profissional número 1 ser professor!
Na semana passada meu "primo" de Twitter @Orabelo me enviou um email pedindo minha opinião sobre um currículo que ele havia formatado para encaminhar a uma instituição de ensino. Hoje meu colega do Twitter"Direitoem60Segundos" me mandou uma DM perguntando também sobre o seguinte assunto: como um advogado pode buscar a carreira docente...
Então, em homenagem aos alunos do Direito UNISAL Lorena e aos colegas do Twitter, resolvi escrever essa postagem. Espero que seja útil!
Como um advogado pode se tornar professor numa faculdade de Direito?
Ser professor numa faculdade de Direito não é tarefa simples. Primeiro porque, nos dias atuais, ser professor não é tarefa simples. Exige-se, sem sombra de dúvida, inspiração e paixão pela docência, prazer em ensinar e aprender constantemente, num convívio diário com os alunos, e busca por atualização constante.
Realmente é um desafio! Ser professor é pra quem gosta! Não procure a docência pelo dinheiro – que nem é dos melhores, nem mesmo pelo status profissional, pois o melhor que se pode esperar não é o status – que pode vir de outras atividades, mas sim o orgulho pelos resultados e vitórias dos alunos, e o reconhecimento dos alunos. Essa é a melhor moeda de pagamento que um professor pode receber!
Feita essa introdução necessária podemos refletir sobre o tema da postagem: como um advogado pode se tornar professor numa faculdade. Vou resumidamente indicar algumas dicas e comentários que observo no mercado educacional, considerando minha experiência como gestor educacional no ensino superior, minha experiência na docência e na própria advocacia. Certamente, o que escreverei não é a regra para todas as situações, mas é algo para que aqueles que assim pretendem possam refletir e rever, talvez, suas ações em busca de tal objetivo. São 10 dicas!
1 – É preciso ter título. Sim. No mínimo uma pós-graduação (especialização – lato sensu). Algumas faculdades mantêm o número de Mestres e Doutores no limite mínimo exigido pelo MEC para obter a nota necessária nas avaliações de sua instituição de ensino, porém se tiver um só graduado como professor a instituição obterá a nota mínima, ou seja, dificilmente contratarão um graduado para um cargo de professor numa faculdade! Mas, algumas fazem questão de contratar somente mestres ou doutores, ou seja, com o tempo é preciso pensar no Mestrado! Dica importante: ao sair da faculdade vá direto para um curso de pós-graduação! (grifo nosso)
2 – É preciso ter talento. Sim. Além da avaliação do título, as instituições hoje estão aprimorando o formato de contratação de novos professores. Não basta ter título, nem mesmo ter experiência comprovada no currículo, é preciso ter talento! O ensino jurídico hoje exige professores talentosos, com potencial para explorar novas ferramentas de ensino, de cativar essa nova geração de alunos, com capacidade de formar para o Exame da OAB e ao mesmo tempo formar para a vida. Ter talento envolve o carisma, a postura, a fala, a escrita e, sobretudo, a didática. Essa começa com uma postura pedagogicamente correta, organizada através de planos de aula, planos de ensino estruturados, consciência sobre a avaliação continuada e formativa etc.
3 – É preciso falar bem. Sim. Oratória é fundamental para o professor, muito mais do que a escrita. É preciso falar espontaneamente, como se estivesse numa mesa, num almoço com amigos. O jovem aluno das faculdades de hoje percebem a facilidade da fala e a relacionam diretamente com a capacidade e o conhecimento técnico, mesmo que nem sempre o professor com boa oratória seja o melhor conhecedor técnico. Como se mantém a oratória como a principal ferramenta no processo ensino-aprendizagem, isso deverá impressionar a pessoa que busca sua contratação! Há cursos, dicas e treinamentos para aperfeiçoar a oratória. No livro “prática forense para estagiários” (Editora Saraiva) há três capítulos escritos para o sucesso do profissional da área jurídica e um deles é sobre oratória, confira!
4 – É preciso ter um Currículo Lattes. Sim. Você pode incluir seu currículo na plataforma lattes, desenvolvida exatamente para padronizar as informações sobre os profissionais da educação, digam-se, professores. Estar lá é importante. Mesmo que no começo seja para apontar suas produções científicas e cursos realizados na faculdade e nos primeiros anos de formado. É possível incluir trabalhos acadêmicos, publicações em revistas, apresentações de seminários e também seu TCC – Trabalho de Conclusão de Curso. Inclua o seu currículo na Plataforma Lattes. Ao enviar seu Currículo para uma seleção você pode enviar diretamente o Lattes.
5 – É desejável experiência anterior. Sim. Salvo casos excepcionais em que existe uma percepção de dom e capacidade técnica bem desenvolvida no profissional advogado que o inclua com sucesso numa carreira acadêmica, deseja-se sempre que exista alguma experiência. Portanto, participar de seminários como apresentador, publicar artigos científicos em revistas jurídicas, participar como voluntários em projetos que incluam palestras ou cursos, isso será sempre positivo. É, então, importante criar pequenas oportunidades para que com o tempo você construa algum tipo de experiência que chame a atenção do recrutador. Crie oportunidades, ofereça cursos ou palestras gratuitamente nas instituições de ensino, mesmo que para outros cursos que não o curso de Direito. Pode-se, inclusive, aproveitar as mídias eletrônicas das redes sociais para demonstrar sua capacidade e, ainda, mostrar seu diferencial no uso de novas metodologias de ensino, que está muito em alta!
6 – Participar de processos seletivos é positivo. Sim. Mesmo que você saiba não ter chance numa ou noutra concorrência, participe. Isso lhe trará experiência, traquejo e jogo de cintura para enfrentar os novos desafios e até melhorar seu próximo desempenho. Isso inclui buscar vagas em faculdades públicas ou particulares. Veja como a GVLaw faz sua seleção para professores, perceba os requisitos, as exigências. Veja como uma instituição pública faz para selecionar seus professores, busque os editais de abertura de vagas, veja as exigências e se possível inscreva-se. Visite a faculdade onde se formou, pois a prata da casa pode ser a diferença para quem quer começar!
7 – Quem não é visto, não é lembrado. Sim. Quem você conhece nesse meio acadêmico? Quem foi seu professor? Quem está na coordenação daquele ou deste curso ou faculdade? Quem pode te apresentar? Faça um mapa numa folha. Aponte as possíveis faculdades onde existe alguma possibilidade de encaminhar seu currículo. Veja a grade das disciplinas, converse com alunos e professores. Obtenha informações. Depois seja pró-ativo! Lembre-se que muitos currículos são enviados por email, mas isso não é suficiente. Ainda hoje na maioria das vezes a contratação se dá por indicação, então, seja visto!
8 – Começar em outros cursos ou no ensino técnico é possível. Sim.Pense em ser professor de outras áreas, de disciplinas jurídicas em cursos que não são o Curso de Direito. Há disciplinas jurídicas em inúmeros cursos, como administração, ciências contábeis, RH, Logística, psicologia etc. Vá atrás de informações! Também existem cursos técnicos de nível médio, como acontece no Estado de São Paulo com as ETECs – Centro Paula Souza, onde existe, inclusive, um curso de “serviços jurídicos”, com muitas disciplinas da área jurídica. Isso incrementará seu currículo, criará experiência da sala de aula e lhe colocará já no meio acadêmico!
9 – Não desista! Não, não desista! Continue se aprimorando e procurando oportunidades. Potencialize seu currículo e sua capacidade. Crie oportunidades para gerar experiência, tanto em sala de aula como em pesquisa científica. Pense em fazer cursos de aperfeiçoamento didático-pedagógico, cursos focados na formação do professor, isso pode ser um diferencial!
10 – Está na hora de se preparar. Sim. O ensino superior ainda está em expansão no país. Mesmo com a pressão da OAB e do MEC serão criadas novas faculdades, inclusive, de Direito. Precisamos formar mais pessoas/profissionais com ensino superior. O Curso de Administração de Empresas também está em crescimento, gerando oportunidades reais para professores da área jurídica! Ou seja, a fila anda! Prepare-se para quando chegar a sua vez e esteja pronto para ser diferente, para ser um profissional fora de série e se destacar na multidão!
Sucesso pra você! Grande abraço,"
http://advocaciahoje.blogspot.com.br/2012/08/como-um-advogado-pode-se-tornar.html. Acesso: 15/5/2014
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